domingo, 2 de agosto de 2009
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terça-feira, 12 de maio de 2009
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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"Aquele edifício humano e sua obsessão por animais, pro inferno! Ele e seu passarinho colorido, esse crioulo vai ver!". Mas esse não era Carlos. Normalmente iria atrás do pássaro, cagando sua dignidade para se ver longe de problemas. Talvez algo saíra errado no banho de sabugueira, provavelmente seu corpo tenha ficado "aberto" e uma entidade enfurecida se apossou do verme.
E lá foi o pobre diabo, ao encontro de Eusébio. Foi entrando sem cerimônia no zoologico particular do passarinheiro. A medida que ia cruzando as centenas de gaiolas, os animais se arrepiavam e gritavam. Os espirítas acreditam na sensibilidade animal para com as entidades, vai saber. Depois de decifrar um labirinto de jaulas e pocilgas achou a casinha de Eusébio. Por uma fresta na janela, Carlos espreitou e se deparou com o enorme negro, de costas e nu, com sua bunda preta e peluda. Sentiu ainda mais ódio e nojo. Até mesmo uma alma livre de qualquer pudor como Carlos se assombrou com o que viu em seguida. Eusébio tinha um espécie de braço entre as pernas, um cacete tão enorme que não poderia ser humano e trazia um pavão branco empoleirado no membro. Berrando, o furioso diabo irrompe pela janela, assustando Eusébio e o bicho, que apertou a tora do negro com voracidade, arrancando uma lasca do couro da enorme jeba.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
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Estupefato, nosso herói demorou a digerir que tão facilmente havia se livrado da pena com Eusébio e por tabela com os pais de santo. Declarou a Éder não crer em tamanha sorte, mas o amigo o convenceu de que Eusébio era sábio e de palavra. O compadre, em comemoração ofereceu uma boa cana envelheciada ao ressuscitado Carlos, que recusou. Para reconstituir sua noitada fatídica era necessário estar sóbrio. A investigação, porém, estava apenas começando. Já sabe que bebeu a tarde inteira, foi ao Galo Fêmea e deveria ter ido ao Gangas com Eusébio. Onde foi parar? Quem seria a mulata esquizofrênica que o abordou na vala? Quem o espancou até ser dado como morto? Muitas perguntas sem respostas. Olhou novamente o poema, era horrível. O papel que ainda não havia lido era uma aposta no jogo do bicho da banquinha da Clodoalda, uma gorda funesta de 220 quilos. Por fim, o papel com o telefone. Vai até o aparelho no balcão do bar e disca os oito números, rezando para que não seja algum barrabás que atenda. Enquanto chama, ele engole a "sebosinha", nome carinhoso dado à coxinha do Galo Fêmea, em duas dentadas. Estava deliciosa.
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Na porta do bar Carlos ameaçou perguntar se fora o enorme tição que lhe desovara no terreno baldio, mas a coragem não veio. Ainda era difícil tocar em assunto tão desgraçado. Carlos sabia dos perigos da raiva e da leptospirose que o cercavam – até HIV achava que poderia ter contraído. Entraram sem cerimônia em busca de Gérson e, como é só pensar no diabo que ele mostra o rabo, lá estava ele, sentado com olhos esbugalhados, cenho enrugado e o cheiro de desinfetante que lhe era peculiar. Carlos ficou feliz de vê-lo ali, pois não sabia o que a noite passada havia reservado ao amigo. Estava catatônico. "Gerson!", gritou. Ele levantou a cabeça incrédulo. "Tinha certeza que estava morto, seu biltre!".
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Na fazendinha de Eusébio, os animais estavam ouriçados e barulhentos, como se prevessem o mal que estaria por vir. Uma velha coruja-das-torres, ave das mais agourentas, deu seu último pio e morreu. O mais sinistro é que permaneceu empoleirada e de olhos abertos, como uma múmia de rapina.
A propriedade de Eusébio fica um tanto afastada do pequeno centro urbano. Um sítio próspero e muito limpo, apesar das centenas - talvez até milhares de animais que lá habitam. Um enorme pomar e um pequeno lago lamacento, onde ele costuma nadar nu. O descomunal crioulo vivia muito bem. Seguindo pela mesma estrada, que é de barro puro e poeirento, chega-se à enorme propriedade dos pais-de-santo: o Terreiro Sete Gangas. Um grande templo que mistura as mais diferentes vertentes espíritas. Lá pode se mexer desde as mais leves das religiões afro até as mais ocultas. Sabe-se também, que nos domínios do Gangas há altares para Asmodeo e recitais do capa preta de São Cipriano, enfim, um pessoal que jamais deve-se arrumar encrenca. Carlos peidava fino somente em pensar nos terríveis cramunhões engarrafados que lá eram criados. Por sorte, Eusébio parecia estar do seu lado na confusão com o Gangas, e nesse momento delicado, o cético negrão é um bom aliado. As contas entre os dois poderiam ser acertadas com trabalho ou favores sexuais, neste quesito, Carlos não se importava, desde que se livrasse dos mestiços do Gangas.
domingo, 11 de janeiro de 2009
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sábado, 10 de janeiro de 2009
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
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Nesse instante investigou sua chave e papéis. A chave, sabia muito bem para o que servia e agradeceu por não ter-la perdido, já os papéis... Um telefone desconhecido, sem identificação; um verso de um poema inacabado que o fez recordar do litro de querosene que dividiu com seu colega Gérson na tarde anterior. Antes que pudesse ler o terceiro papel, a voz demoníaca da mulata invade a investigação: "chupador de cacete, me dá atenção!" O linguajar da mulher fez Carlos ter a certeza de que era uma puta, das mais fedorentas... Se não lembrava-se dela, não valia a pena saber por que a canalha o conhecia.
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
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Acordou. Não sabia onde estava. Antes de despertar, seria facilmente confundido com as carcaças que jaziam à sua volta. Fora jogado em um terreno de desova. Levantou-se, a ressaca impediu-lhe de sentir o cheiro putrefato dos cadáveres em decomposição. Com a garganta cheia de sangue e os olhos doendo, espantou as milhares de moscas que davam rasantes, entravam em sua boca e ouvidos, embaraçavam-se nos seus cabelos. Saiu correndo por um matagal refazendo os passos da última noite.