terça-feira, 13 de janeiro de 2009

21

O balconista contou que no meio da tarde pintou uma mulatinha no boteco, de língua afiada e boquete idem. Recém chegada na cidade, a jovem meretriz foi direto ao piolhento Galo Fêmea, antro dos bêbados e despudorados da cidade. Éder, por sua posição hierárquica superior - afinal, era ele quem servia a bebida -, foi o primeiro a usar os encantos da petiz. Logo após o servicinho atrás do balcão, teve a grande sacada: "Eu mando a puta encontrar o Carlos, que derrama o leite nela e vem reabastecer aqui". Sempre após uma fornicada, Carlos ia ao bar com uma sede sem fim e enxugava madrugada adentro romanceando como havia sido a foda. Vez em quando ele enrabava um veado, mas isso ele não contava. Só que ao invés de chegar com mais uma história de suas escatológicas transas, Carlos apareceu com o singelo e enorme Eusébio. Éder, preferiu não se meter, já que o abstêmio criador de animais estava bancando rum e dando orientações de como se portar no Gangas. A puta foi até os amigos no coreto e lá foi uma festa. Cantaram, dançaram, se esfregaram um pouco e rabiscaram poemas chulos, do calibre de "rita talarica, devolva meu coração". Mas a mulatinha, vinda do interior e um tanto bronca, se encantou pelo pobre diabo e ficou furiosa quando o mesmo se picou com Eusébio em troca de bebida. "Fiquei lá com ela, que matraqueava como uma louca, só querendo saber que horas você voltava, foi aí que ofereci 5 merréis pra ela ir te procurar e pra me livrar da louca". Mas ninguem mais foi visto, Carlos ou Rita. Despede-se dos amigos e segue para o beco das putas, mas não custava nada passar na banca da Clodô, conferir o resultado do bicho e quem sabe Jaci estaria por lá com seus peitões.

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