segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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Na porta do bar Carlos ameaçou perguntar se fora o enorme tição que lhe desovara no terreno baldio, mas a coragem não veio. Ainda era difícil tocar em assunto tão desgraçado. Carlos sabia dos perigos da raiva e da leptospirose que o cercavam  até HIV achava que poderia ter contraído. Entraram sem cerimônia em busca de Gérson e, como é só pensar no diabo que ele mostra o rabo, lá estava ele, sentado com olhos esbugalhados, cenho enrugado e o cheiro de desinfetante que lhe era peculiar. Carlos ficou feliz de vê-lo ali, pois não sabia o que a noite passada havia reservado ao amigo. Estava catatônico. "Gerson!", gritou. Ele levantou a cabeça incrédulo. "Tinha certeza que estava morto, seu biltre!".

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