quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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O calor já estava insuportável e Carlos lembrou-se que ainda havia uma dívida a saldar com Eusébio: precisava encontrar um saíra-sete-cores. Clodoalda ficou muito feliz ao ver Carlos. Tinha grande carinho pelo jovem diabo, pois era muito amiga de seu finado pai, Josias. Corre à boca pequena que o homem tinha grande apreço pela enorme criatura, inclusive revelando em seu leito de morte que ela fora o amor de sua vida. Desculpou-se pelo que seu namorado, Vilson, havia feito na noite passada. Carlos explicou que não se importava com isso, pois sequer lembra-se de qualquer coisa. "Eu não tenho memória de elefante", disse preparando o terreno para o prêmio que aquela altura sentia que estava em suas mãos. "É, meu filho, você ganhou 200 contos". Carlos abriu um sorriso. Era a primeira notícia boa que recebera desde sabe-se lá quando. Perguntou por Jaci, pois queria queimar os tostões com ela mais tarde, mas a mãe não sabia onde ela poderia estar a esta hora. Carlos limpa o suor do rosto e resolve continuar seu calvário. Pensou em procurar Eusébio e oferecer 50 pacotes ao invés do pássaro.

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