quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

23

O sol estava cozinhando seus miolos, que já não serviam para muita coisa na sombra, sob um calor desses então, jamais conseguiria pensar numa boa forma de continuar sua investigação. Era questão de honra descobrir como havia ido parar na vala. Resolveu passar no bar da Vilma, afinal, tinha 200 contos no bolso e só uma coxinha gordurenta no estômago. Depois procuraria Rita e o saíra de Eusébio. O bar ficava no ponto mais alto do centro, era muito agradável e servia bons frutos do mar. Vilma é uma senhora muito simpática, solteirona. Seu trauma foi ter se envolvido com um primo de sangue na adolescência e engravidado. Desde então nunca mais teve um homem ou qualquer tipo de relacionamento, só a doentia fixação pelo filho, Altair, que saiu mondrongo das idéias, mas é um ótimo garçom e faxineiro em seu boteco. Carlos foi à forra. Pediu mariscos, peixe frito e um mexilhãozinho empanado, além de uma boa cerveja, pois a carcaça já pedia álcool. Se divertiu com as maluquices de Altair, suas respostas desconexas e dancinhas abobadas. Enfim encontrou um pouco de paz, dividiu um conhaque com Vilma, que nada sabia de sua epopéia do dia anterior. Estava renovado e até mesmo um pouco feliz.

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