sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

26

Quando Carlos acordou ainda estava sob o efeito das plantas medicinais de Vilma. Eusébio estava vestindo apenas um macacão jeans e observava calmamente o pobre diabo - ou o que sobrara dele. Por incrível que pareça, Carlos gostou daquela situação, sentia uma certa tranquilidade. O fato é que seu o corpo já estava reestabelecido e seu rompante de Golias se deu no instante em que a vulnerabilidade se sua carapaça era patente. Era necessário um pouco de repouso e reflexão depois da lavagem de dona Vilma, mas como ela nada sabia da noite anterior, não se preocupou com o infeliz. Eusébio tinha planos audaciosos para Carlos. Iria engaiolá-lo junto aos animais que entregaria à noite para os pais de santo do Gangas e o deixaria a mercê das entidades. Enquanto isso o amarrara a uma cadeira. Sua tromba esfolada doia muito e foi aí que Carlos descobriu que Eusébio, apesar de abstêmio, também era cliente da Tia Januária. Ele entorna o conhaque caseiro sobre o enorme mastro e urra como a Conga, tornando insuportável o barulho dos pombos e galinhas se debatendo nas gaiolas de tanto medo. O pobre diabo sentia uma estranha paz, mas o relógio ainda marcava 12h30 e a tarde prometia ser infernal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário