terça-feira, 13 de janeiro de 2009

20

O telefone era de Vânia que, a despeito do nome, era um rapazote magro e sardento que vez ou outra vinha à cidade em busca de diversão (leia-se: bebida barata e putas aos montes). Quando Carlos se anunciou, Vânia ficou feliz da vida. Nosso herói fez-se de avestruz e esperou a história se desenrolar antes de qualquer manifestação. Ficou sabendo da noitada na casa da mesma Clodoalda, que lhe empurrara o bilhete com a irônica dezena 48 do elefante. Quem organizara a bagunça fora a belíssima filha da orca, Jaci. Eles ficaram lá até perto da meia-noite, depois que Carlos abandonou Eusébio com a bicharada. Vânia ainda disse que os dois divertiam-se como nunca até o momento em que o namorado da Clodô chegou no barraco e suspendeu o consumo da birita que lhe pertencia. Carlos, que estava tentando aplicar o sapeca iá-íá em Jaci ficou na mão e disse que voltaria à labuta. Depois disso, Vânia não o viu mais... Desligou o telefone ainda mais apavorado com sua falta de memória enquanto Gérson levantou e gritou: "e a puta que eu paguei pra te encontrar?!". Ele estava falando da piranha que abordou Carlos ao lado da vala, e era a mesma que inspirara o nefasto poema na pracinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário