segunda-feira, 11 de maio de 2009

42

O chalé era incrivelmente bem conservado. A varandinha de entrada era recheada de flores e samambaias, tudo muito bonito. Bilica disse que o chefe estava esperando Carlos entrar, desacompanhado. O pobre diabo caminhou sem cerimônia até a porta e girou a maçaneta. "Venha, pode se lavar", escutou. Não conseguiu identificar a origem da voz. Havia uma pequena queda d'água na sala que se estendia até um belíssimo jardim ao fundo, onde estava sentado o líder. Carlos não acreditou em si mesmo quando despiu-se e entrou no laguinho artificial. Estava realmente imundo, fedorento, um verdadeiro filho da puta. O líder então lavantou e aproximou-se lentamente de nosso herói. Foi só aí que tornou-se possível descrevê-lo: era um homem branco, usava uma peruca negra e brilhosa como as asas de um corvo. Estava semi nu, como todos de sua gangue. Só usava um saiote e tinha os peitos plastificados à mostra. Carlos se lavou rapidamente e esperou receber alguma ordem. Não, não achava que transformaria-se num escravo sexual da aberração, mas não tinha nada para dizer. Quando a besta de pronunciou, foi uma surpresa completa para Carlos: "Não se preocupe, a Clodoalda está bem". Carlos não acreditou: "Como você sabe? O que é você? Como você transformou o Bilica nesse animal?". O demônio nada respondeu e deu as costas sorrindo. "Não se preocupe, você não vai sofrer, tenho planos mais interessantes para um belo potro como você..."

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