segunda-feira, 24 de junho de 2013

Filhote de Barrabás - 12

Tenório fica receoso em mostrar o diabinho, assim, de cara, ao velho parceiro.  Aproveitando-se da duvidosa mediunidade de que Profetinha se gabava (e rendera-lhe o apelido), pergunta se é possível que alguém lhe tenta rogado uma maldição ou algum espírito tentou apossar-se de seu corpo, que respondeu com essa espécie de reação alérgica estilo Michael Jackson. "Duvido muito, meu comparsa, que eu saiba, esse tipo de coisa não existe". Então Café joga a isca: "E se for obra de Asmodeu, o coisa-ruim das profundezas da terra; com seu rabo de seta, cornos afiados, olhos sanguinolentos, língua bipartida e de tridente enferrujado em punho?". A eloquência do sarará branco, somada a um reflexo de luz alaranjada que não havia no ambiente em seus olhos, fez o queixo de Freitas cair na hora. O linguajar de Café sempre foi o ápice do coloquial semi-alfabetizado da região.  Ficou próximo de se borrar.

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