segunda-feira, 10 de junho de 2013

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(( a não continuidade dessa história se deu graças ao fato de o texto abaixo nunca ter sido devidamente numerado, causando grande confusão nesse que vos escreve ))

Blaaaarg, fez-se ouvir o jato que nascia no intestino de Carlos e atravessava seu corpo para depois banhar a casa de Galato. Este, incólume diante da cena, nada fez senão observar a cena se repetir três vezes. Estava acostumado com a podridão, aquilo era sua vida e era dessa energia que ele se alimentava. Gostava de sentir o cheiro daquilo tudo. Pedro Juan fumava continuamente e às vezes dava a impressão que vomitaria também. O pobre diabo então se recompôs e perguntou se poderia usar o banheiro, lavar um pouco o rosto. Quando chegou no banheiro, Carlos se olhou no espelho e como há muitos anos não fazia, prestou atenção em seu rosto. Lembrou da infância, do velho pai Camélio - "por onde andará papai?" -, enquanto sentia o gosto ácido do vômito corroendo a traquéia. Notou uma navalha sobre a pia, enfiou-a no bolso e virou-se na direção da porta. Estava na hora de mostrar que ele até podia ser pobre, mas que estava disposto até a matar para não morrer com um diabo.

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